terça, 25 fevereiro 2014 11:42

Oliveira do Hospital na senda dos “Cuidados Continuados de Saúde Mental”

O Município de Oliveira do Hospital através do Pelouro da Saúde e no âmbito do projeto “Igualdade Local, Cidadania Responsável” promoveu, no passado dia 21 de fevereiro, uma mesa redonda dedicada ao tema “Cuidados Continuados de Saúde Mental – uma nova perspetiva”.

 

 

O encontro reuniu profissionais de vários setores e demais público interessado nos contributos da oradora convidada, a neuropsicóloga Maria João Crugeira e do médico Carlos Diniz da Gama e foi promovido em parceria com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Oliveira do Hospital; do projeto “Escola + Feliz”; do Agrupamento de Centros de Saúde, da Rede Social de Oliveira do Hospital; do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital e da ADEPTOLIVA.

 

 

Da sessão saiu reforçada a importância do trabalho articulado e em rede, envolvendo os vários parceiros locais.

 

 

Reconhecendo, como frisou José Francisco Rolo, vereador dos pelouros da Saúde e da Ação Social, que “há a preocupação da rede social em organizar respostas e estar atento” às questões relacionadas com os indicadores da saúde mental tomando por base os dados nacionais e que mostram o aumento quer do número de problemáticas associadas à saúde mental quer do consumo de medicação da especialidade (particularmente ansiolíticos e antidepressivos).

 

 

Dando conta que 8% dos problemas de agregados familiares atendidos no Gabinete de Ação Social, em 2013, estavam relacionados com questões de saúde mental, o responsável adiantou que “não podíamos ficar insensíveis” e que urge “mobilizar recursos e criar respostas para além dos apoios que têm sido deliberados”.

 

 

Partindo-se da premissa que “a saúde mental não é uma questão menor” e que “precisa ser lidada de frente na dimensão terapêutica mas acima de tudo na dimensão preventiva” foi dinamizada esta mesa redonda que contou também com o contributo do médico Carlos Diniz da Gama que chamou a atenção para uma “questão que nos preocupa crescentemente”, ou seja, “como é que nós, cidadãos e profissionais, podemos fazer para criar bem estar ou para estar melhor”.

 

 

Oradora convidada neste espaço de discussão, a neuropsicóloga Maria João Crugeira veio apresentar várias ferramentas para uma nova perspetiva no que toca aos cuidados continuados de saúde mental e que visa responder a situações que caem no vazio institucional; intervir de forma multidisciplinar de forma a resolver o conjunto de variáveis que não promovem a saúde física, mental e emocional; enfrentar os riscos de mercantilismo na área da saúde mental, com objetivo de desenvolver programas e estratégias de intervenção tendo por base uma nova ideia de promoção de bem estar, saúde e felicidade.

 

 

Defendendo que “neste momento não há soluções inovadoras” e que “não se arrisca em novos modelos de intervenção junto da comunidade”, Maria João Crugeira abordou algumas terapias breves, “tipos de intervenção barata, que concretiza metas e objetivos”.

 

 

Métodos como ILP – Interactive Learning Programs que visa remover barreiras na aprendizagem e impulsionar o desempenho e o sucesso pessoal no ensino e na aprendizagem; EMRD – Dessensibilização e Reprocessamento através do Movimento Ocular que permite o reprocessamento de experiências emocionalmente traumáticas; o Core Energetix, um dispositivo avançado por computador que combina análise e equilíbrio em ambos os níveis de informação e energético; e o EIS, um método não invasivo de análises clínicas através do qual é possível obter resultados mais aprofundados do que na tradicional análise ao sangue.

 

 

Como assinalou José Francisco Rolo ficou exposto um “conjunto de ferramentas” e “novas abordagens” que podem ser o ponto de partida para “um projeto de intervenção junto da comunidade”. “É importante darmos um segundo passo e perceber que podemos trabalhar envolvendo vários parceiros” assinalou o vereador da Saúde, no desenvolvimento de respostas que podem ter aplicação em vários domínios, como a saúde, a educação ou o setor social junto dos públicos com que cada instituição trabalha, sejam crianças ou idosos, população em geral ou pessoas portadoras de deficiência.

 

 

No momento de apresentação das conclusões do encontro, o vereador realçou que estas ferramentas podem “originar um projeto que poderá dar lugar a um programa de intervenção” envolvendo a rede de parceiros para atuar e agir não só na fase de tratamento mas sobretudo na “prevenção dos riscos de problemas de saúde mental”.

 

 

Por outro lado, e como foi reconhecido pelos vários intervenientes, Oliveira do Hospital é dos concelhos mais bem posicionados na área da saúde, com várias instituições e técnicos no terreno, pelo que pode ser o palco privilegiado para a criação de uma unidade de cuidados continuados de saúde mental.

 

 

Com as várias valências que existem no concelho no domínio dos cuidados de saúde e das respostas sociais especializadas, como é o caso do apoio a pessoas portadoras de deficiência, este seria um projeto, a par da dinamização de uma equipa de saúde mental comunitária, que serviria a população e a rede de entidades instaladas que podem ser beneficiárias destas respostas – as IPSS, o Hospital da FAAD, os Cuidados Primários de Saúde, as Escolas e a comunidade em geral.

 

 

Participaram também neste debate o presidente do Conselho de Administração do Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz, Álvaro Herdade; a representante do ACES PIN, Maria Luísa Vales e a Conselheira Municipal para a Igualdade, Teresa Serra, que lançou o repto para dar sequência a este debate com a realização de um “workshop para aplicação destas técnicas”.

 

               

ptnlenfres

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