Crê-se que Alvôco das Várzeas é uma povoação muito antiga. O aparecimento de mós e moendas e o legado de antroponímios que ainda hoje existem em Alvôco provam que esta povoação foi ocupada pelos romanos devido, talvez, à proximidade das explorações minerais existentes nas várzeas do rio Alvôco.
Nesta localidade pode visitar a Igreja Paroquial que tem como orago Stº. André, sendo uma obra de arquitetura em continuação da tradição regional setecentista, do século XIX.
Como motivo de maior interesse na freguesia, e de visita obrigatória, é a sua Ponte Medieval, embora conhecida pela tradição popular como “ponte romana”. Monumento Nacional. Pensa-se que terá sido construída no século XIV. É uma boa construção de alvenaria, muito singulada, de dois arcos. O arco principal é uma curva quebrada, gótico, e de grande abertura; o outro, menor, é de traçado semicircular mas irregular. É de duas águas, sendo o ramo da margem direita mais extenso e muito inclinado. Mede cerca de setenta metros de comprimento.
Junto da Ponte existe uma Praia Fluvial e Parque Merendeiro, na zona ribeirinha do Rio Alvôco (o curso de água menos poluído da Europa), arborizada e devidamente infra-estruturada e com equipamentos de lazer associados.
Curiosas são as Alminhas do Terreirinho que segundo a superstição popular é um local onde se reúnem as bruxas para «congressos» e «ações de formação», situado à saída povoação, na estrada de Âlvoco das Várzeas para a Carvalha.
Ao longo das margens do Rio Alvôco existem diversos moinhos que acrescentam algo de muito peculiar e interessante a este espólio. São eles o moinho do Parente, o moinho das Nogueiras, o moinho da Ribeirinha, o moinho da Volta, o moinho da Moenda (este em funcionamento desde o século XVIII e integrado na unidade de alojamento turístico designada por Quinta da Moenda), o moinho da Regada, o moinho do Chão do Paulo.
Interessante é ainda a Levada, sendo esta um sistema de irrigação comunitária, talvez o maior da região (7Km) e que provavelmente remonta à época romano/árabe. Tem origem no açude de Candam, no Parente e termina no lagar antigo de Alvôco das Várzeas, no Chão Novo.
Agora deixe-se guiar pelo Rio Alvôco até à Ponte das Três Entradas, admirando os recantos e belezas deste vale, onde nas margens e encostas se encontram espécies de fauna e flora raras na região.
De novo na Ponte siga para Avô, terra do poeta-guerreiro Brás Garcia de Mascarenhas, autor do poema épico Viriato Trágico.
Avô é uma povoação muito antiga e difícil se torna determinar com precisão a sua origem. Por aqui andaram os romanos na pesquisa de minérios de chumbo e ouro. Há boas razões e vestígios para crer que tenham sido eles os fundadores do castelo, e à volta deste, o primitivo aglomerado populacional. Chamou-se Couto de Avao, porque, não havendo pontes sobre o rio Alva e a Ribeira de Moura, só se podia entrar no velho burgo atravessando «a vau» (ad vadum). Foi couto real de D. Afonso Henriques que o doou à sua filha natural D. Urraca Afonso.
Teve foral outorgado por D. Sancho I a 1 de Maio de 1187. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo a 12 de Setembro de 1514. Aí pelos meados do século XVIII Avô era terra importante na região. Já o Padre Caetano de Sousa dizia, na informação paroquial pedida, após o terramoto de 1755: «Tem esta vila juiz ordinário, quatro vereadores, um procurador, dois escrivões do público, tudo posto pelo corregedor da comarca da Guarda; também tem juiz de órfãos posto por Sua Majestade…»
O concelho foi extinto por decreto de 24 de Outubro de 1855. Foi (re)elevada à categoria de Vila pela Lei nº. 48/95, de 30 de Agosto.
A sua visita nesta localidade pode começar pela Igreja Matriz que tem como orago N.ª S.ª da Assunção, sendo a sua construção inicial do século XII. Segundo a tradição, foi mandada erguer por D. Afonso Henriques, tendo sofrido diversas transformações que lhe desfiguraram o traçado original, a última do século XVIII, 1764.
A Ermida ou capela de S. Miguel, classificada de Imóvel de Interesse Público merece também a sua visita. Do século XVI-XVII, talvez uma reconstrução de um edifício medieval. Julga-se ter esta sido mandada reconstruir por Brás Garcia de Mascarenhas no século XVII, possuindo um belo portão ogival de fins do século XVI.
Na freguesia pode também visitar o castelo de Avô, atribuindo-se a sua fundação aos romanos, mas ninguém pode assegurar que não tenha origens posteriores…
Merecem também a sua visita o Pelourinho, do século XVI, manuelino, pertence ao grupo de pelourinhos classificados do tipo de “pinha”, também Imóvel de Interesse Público; a Casa da Câmara, medieval, desconhecendo-se a data da sua construção, tendo funcionado nesta casa o Tribunal e a cadeia do antigo concelho de Avô e a Casa Brás Garcia de Mascarenhas, do século XVI, ostentando soberbas janelas manuelinas, sofreu já diversas modificações e acrescentos em algumas partes do edifício, foi nesta casa que nasceu o poeta-guerreiro Brás Garcia de Mascarenhas.
Não deixe Avô sem fruir a bela praia fluvial da Ilha do Picoto, muito bem infra- estruturada onde pode nadar, andar de barco, pescar, etc. Da praia pode ainda ter vista magnífica sobre a Ponte sobre o Rio Alva, cuja construção se atribui ao Rei D. Dinis, de um só arco e a Ponte sobre a Ribeira de Pomares, de três arcos.
Depois de um dia tão preenchido deixamo-lo por Vila Pouca da Beira.
Teve estatuto municipal, supondo-se ser a sua primeira carta de foral anterior ao século XIV. A referência mais antiga que se conhece de Vila Pouca consta das Inquirições de 1258, onde se cita o seu juiz e de onde se presume que esta povoação fosse, já na época, sede de concelho. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo a 20 de Dezembro de 1519. O concelho foi extinto por decreto de 6 de Novembro de 1836, integrando-se nessa data a sua única freguesia no concelho de Avô até à extinção deste, em 1855 e à sua passagem para o concelho de Oliveira do Hospital, onde ambas permanecem hoje.
Terra de Genoveva do Espírito Santo, que nasceu e viveu entre os séculos XVIII-XIX; foi uma pastora pobre e analfabeta que posteriormente fundou o Convento do Desagravo do Santíssimo Sacramento onde existe uma ampla e majestosa Igreja. Do século XVIII é a mais interessante construção da freguesia e foi, segundo reza a sabedoria popular, instituído para desagravo de um sacrilégio cometido por uma mulher do povo. O bispo-conde D. Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho foi quem concedeu licença para a sua fundação a 19 de Agosto de 1780.
Hoje reconvertido numa moderna Unidade Hoteleira é um baluarte da imensa riqueza histórico-cultural Beirã, a Pousada de Vila Pouca da Beira.
Um ponto de encontro obrigatório para quem pretende descobrir as melhores especialidades gastronómicas e os encantos naturais de uma das mais singulares regiões de Portugal. Regada, o moinho do Chão do Paulo.
A sua visita a esta freguesia completa-se com uma ida até à Igreja Paroquial que tem como orago S. Sebastião, de construção primitiva do século XVIII e reedificada em 1818.
Como património têm ainda alguns belos exemplares de construções particulares do século XVI, algumas delas com particularidades muito interessantes do ponto de vista histórico-arquitetónico.