Casa Brás Garcia de Mascarenhas
Arquitetura Civil / Casa
DIVISÃO ADMINISTRATIVA
Coimbra / Oliveira do Hospital / Avô
LOCAL
Rua Brás Garcia de Mascarenhas, Avô
Situação atual
Classificado
Categoria de Proteção
Classificado como IM - imóvel de Interesse Municipal
A classificação como VC foi convertida para IM nos termos do n.º 2 do art.º 112 da Lei n.º 107/2001, publicada no DR, I Série-A, N.º 209, de 8-09-2001
Decreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997
Localizada no centro da vila de Avô, perto do Rio Alva, a Casa de Brás Garcia Mascarenhas foi edificada no século XVI, servindo então de habitação a um dos mais ilustres habitantes da terra. O edifício, de planta retangular irregular com dois corpos justapostos, é um exemplar de arquitetura senhorial quinhentista, que mantém muitos elementos da traça original. Na fachada principal, o corpo à esquerda, mais elevado, divide-se em dois registos, apresentando no primeiro um conjunto de portas de arco abatido sobre o qual se edificou, no segundo piso, uma varanda alpendrada ao gosto das loggie quinhentistas. O segundo corpo, à direita, possui apenas um registo, com uma porta e uma janela rasgada no frontispício.
A fachada lateral, que acompanha o desnível entre as ruas principal e traseira onde se implanta a casa, exibe duas portas e duas janelas a diferentes alturas.
A fachada tardoz, que exibe o aparelho de pedra original, apresenta-se dividida em quatro pisos, com abertura irregular de portas e janelas, destacando-se uma janela de mainel com motivo floral esculpido no intradorso.
No piso superior tem também um alpendre, este já de construção contemporânea.
No interior, a casa possui um átrio coberto com abóbada de aresta, à volta do qual se dispõem as divisões habitacionais.
Em 1596 nasceu, na vila de Avô, Brás Garcia Mascarenhas, alcaide do castelo de Alfaiates que se notabilizou tanto pelo seu papel nas lutas pela Restauração da Independência, em 1640, como pela sua obra literária, da qual se destaca a epopeia Viriato Trágico . A casa onde viveu o militar e poeta mantém-se na posse da sua família, apresentando ainda o traçado e alguns elementos decorativos quinhentistas.
Nos finais do século XX, o edifício apresentava sinais de avançada degradação, pelo que foi sujeito a obras de recuperação e ampliação entre 2006 e 2009.
A casa foi classificada como de interesse municipal em 1997, atendendo ao significado histórico e cultural que apresenta para a população local.
Catarina Oliveira
DGPC, 2016
(com a colaboração de Maria da Graça Cardoso, CM Oliveira do Hospital)