A Câmara Municipal, em parceria com o Rotary Club e a Universidade Sénior, promoveu a homenagem “Um Chá Com… Tarquínio Hall”. No Salão Nobre dos Paços do Município reuniram-se muitos dos amigos com quem privou durante largos anos e que recordaram, no 10.º aniversário da sua morte, este cidadão multifacetado que nasceu em Lagos da Beira.
Foi através da poesia que se recordou “um homem que muito nos diz e muito fez pelo concelho”, assinalou a vereadora da Cultura, Graça Silva. Ao longo da sua vida, Tarquínio Hall desempenhou vários cargos de prestígio – foi jornalista, escritor, poeta e deputado municipal em Oliveira do Hospital durante mais de uma década.
“É um prazer estar aqui presente a evocar um cidadão nosso e desta grandeza”, afirmou o presidente da Assembleia Municipal, António Lopes. Opinião partilhada pelo presidente da Junta de Freguesia de Lagos da Beira, José António Guilherme, que recordou o seu conterrâneo como “uma pessoa simples, com uma cultura acima da média” e assinalou que “a melhor homenagem que lhe podíamos ter feito, está lá”, referindo-se à Biblioteca Museu Tarquínio Hall, instalada na residência do poeta, que deixou também o seu espólio literário à freguesia.
“Estas iniciativas são de louvar” afirmou José Carlos Alexandrino, presidente do Município de Oliveira do Hospital, sublinhando que “o município tem obrigação de proporcionar as diferentes formas de cultura. Tarquínio Hall era um cidadão de Lagos da Beira e de Oliveira do Hospital mas, como o seu nível literário, era também um cidadão do mundo”, frisou o autarca, que recordou muitas das crónicas que lia do autor. Na sessão deixou ainda uma palavra de apreço pelo trabalho desenvolvido pela Universidade Sénior, “um acontecimento fantástico que está a acontecer em Oliveira do Hospital”, constatando que “é neste entrelaçar de mãos que nos tornamos um concelho melhor”.
Poesia e música foram as ferramentas utilizadas para lembrar as várias facetas da vida preenchida de um homem “do saber” de “grande sensibilidade” e com “serenidade invulgar”, qualidades reforçadas por muitos dos seus amigos. Houve ainda oportunidade para recordar a sua passagem por território africano, quando quatro alunos de países PALOP a frequentar a Eptoliva abrilhantaram o momento com a declamação de alguns poemas em dialeto local e a interpretação de danças do seu país de origem.
“Um chá com… Tarquínio Hall” proporcionou assim um espaço para refletir “com dignidade, no Homem e no Artista, preenchendo, com esta nossa presença, o vazio do séquito da sua morte”, sintetizou José Vieira, amigo do homenageado e um dos organizadores da sessão.