A Biblioteca/Ludoteca de Lagares da Beira acolhe no dia 25 de janeiro, sexta-feira, a partir das 21h00, um serão de poesia dedicado ao poeta português Bocage. Depois da realização que ocorreu na Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital, a iniciativa “Um Chá Com…” será agora levada até Lagares da Beira, procurando, desta forma, chegar a novos públicos e reforçar a colaboração entre estes equipamentos municipais.
Como habitualmente, “Um Chá Com… Bocage” contará com a participação do Rotary Club de Oliveira do Hospital e da Universidade Sénior Rotary.
Nesta homenagem ao poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage ouvir-se-á poesia lírica, satírica, erótica, desbragada e anedotas, no que promete ser um serão animado e um espaço de divulgação da obra do poeta escolhido, como tem vindo a acontecer nas sessões análogas.
Bocage, que também ficou conhecido pelo pseudónimo de Elmano Sadino, nasceu em Setúbal a 15 de Setembro de 1765, e faleceu em Lisboa a 21 de Dezembro de 1805. Trata-se de um dos maiores poetas portugueses, mas também um dos mais mal conhecidos, uma vez que popularmente é mais lembrado pelo seu lado anedótico e de linguagem vulgar, muitas vezes pornográfica, em detrimento da restante obra.
Com uma vida marcada por dificuldades económicas, o poeta descobriu cedo o seu talento, e embarcou numa viagem ao Oriente, passando também pelo Brasil, onde deixou marca. Já em Portugal, ingressou na academia literária Nova Arcádia, onde usou o pseudónimo de Elmano Sadino, mas depressa se desentendeu com os seus pares e iniciou uma troca de sátiras entre eles, chegando a ser preso, numa altura em que havia também uma grande repressão política.
Bocage é considerado por Paulo Neves da Siva, como “o grande mestre da expressividade poética, construindo uma obra onde coloca a fluência e a clareza da prosa ao serviço da poesia. Poeta de grandes explosões e convulsões, consegue como nenhum outro a perfeita ressonância dos sentimentos num harmonioso equilíbrio de escrita, resultando em expressões dramaticamente apaixonadas e um espírito sempre no limite da emoção”. Um espírito conturbado, impaciente que animava ou petrificava auditórios.