Oliveira do Hospital assinalou o 39.º aniversário do 25 de abril de 1974 com um conjunto de iniciativas como concertos, exposições, artes plásticas, animação de rua e provas desportivas ao longo de todo o dia. Nos Paços do Município teve lugar a sessão evocativa, onde tomaram a palavra os representantes das forças políticas representadas na Assembleia Municipal.
Momentos antes, foi hasteada a bandeira na Câmara Municipal acompanhada pelo hino nacional interpretado pela Banda Filarmónica de Ervedal da Beira, com a presença da Fanfarra e da Escolinha dos Bombeiros Voluntários de Oliveira do Hospital.
Na sessão solene, que teve como convidado de honra o coronel Rui Santos Silva, oriundo de Lagares da Beira e que partilhou com os presentes os momentos que viveu enquanto militar de abril, o presidente do Município focou a sua intervenção nos problemas atuais que a sociedade atravessa – “assiste-se a um conjunto de medidas de empobrecimento dos cidadãos e a um ataque violento aos pilares fundamentais do Estado Democrático, como a Educação, a Saúde e a Justiça que põem em perigo a o Estado Social”. Pese embora os indicadores de desenvolvimento que vieram com a revolução, José Carlos Alexandrino atentou no ataque ao “poder de proximidade que vê ser posta em causa a sua eficácia e os pressupostos em que assenta” e que enfrenta restrições orçamentais fruto do “encolhimento das transferências do Orçamento de Estado e suspensão da admissão de novas candidaturas no âmbito do Quadro de Referência Estratégica Nacional”.
O presidente da Câmara Municipal destacou ainda o “caráter fortemente social” do orçamento municipal que foi concretizado no ano transato e que se mantém para 2013, “fruto de uma clara opção em apostar nas pessoas e no seu bem estar”. O autarca falou ainda do contributo da Câmara Municipal para ajudar as famílias, como o Programa AtivoSociais, que em poucos meses contribuiu para criação de mais de 80 postos de trabalho.
Na sua intervenção, António Lopes, presidente da Assembleia Municipal, não esqueceu o “ataque ao poder local que começou nas freguesias” nem o facto de tardarem em chegar acessibilidades como o IC6, IC7 e IC37, e fez notar que é “tempo de repor abril” e de “pensar o país e o futuro”. Pela CDU, João Dinis convidou os presentes a refletir sobre “o estado a que o país chegou” e sobre as “más opções políticas e económicas que têm arruinado o tecido produtivo”, lançando duras críticas ao poder central. Na sessão em que o PSD não se fez representar para intervir, Rafael Costa, do movimento Oliveira do Hospital Sempre abordou os “progressos assinaláveis” verificados no período pós-revolução que abriu “várias janelas”, verificando ser necessário “corrigir os erros” que conduziram Portugal a esta “crise profunda” que se vive atualmente. Pelo PS, Rodrigues Gonçalves passou em revista as últimas décadas e aos fatores que entende terem conduzido à atual situação nacional, e criticou o “esquecimento” em que caíram as extensões de saúde de Avô e Ervedal da Beira, já contratualizadas; e o processo de “agregação de escolas e das freguesias”.
No final da sessão solene, os alunos do 1.º ciclo do Agrupamento Brás Garcia de Mascarenhas interpretaram o Hino Nacional e o tema “Gaivota”. De destacar a realização da já habitual Manhã Desportiva com a realização de três provas, a Corrida dos Cravos, Mini-Cravos e Cravinhos, bem como o passeio pedestre “A Marcha dos Veteranos”, que envolveram centenas de participantes e tiveram a presença de atletas medalhados do concelho e do país. Pela primeira vez realizou-se uma prova de duatlo com duas vertentes, prova aberta e outra a contar para a competição regional de Benjamins e Iniciados. Durante toda a tarde comemorou-se a revolução com várias atividades como o Encontro de Diários Gráficos “Cidade de Oliveira do Hospital” no Jardim Oliveira Mano e a “Tarde da Juventude 25 de abril”, direcionada para os mais novos, com DJ, pintura de um mural pela OHs.21 – Ass. Cultural e Multimédia de Oliveira do Hospital, e ações do serviço educativo a cargo das Bibliotecas Municipais. Na Casa da Cultura César Oliveira abriram-se as portas para a visita à exposição coletiva “Memórias de Abril” e às exposições de pintura e de escultura de Luís Brito e Paulo Brites. De registar ainda que na véspera de feriado teve lugar o 3.º Concerto Cantar Abril, um tributo de músicos oliveirenses a vários autores de abril, com a participação de Projeto Ego, Segund’a Geração, Luís Antero, Brandos Costumes e Musk Folk.