A Câmara Municipal de Oliveira do Hospital assinou esta sexta-feira, 1 de março, a escritura relativa à reversão do direito de superfície da ACIBEIRA com a Caixa de Crédito Agrícola da Beira Centro, na presença do presidente do Crédito Agrícola – Caixa Central.
Um dia de “felicidade, mas de grande responsabilidade”, frisou o presidente do Município, José Carlos Alexandrino, e que prepara o caminho para “um futuro diferente” no concelho. A aquisição, por 150 mil euros, do direito de utilização do conjunto de infraestruturas que tem estado ao abandono nos últimos quinze anos, permite à Câmara Municipal criar na freguesia de Lagares da Beira “um pólo de desenvolvimento” através de um projeto que envolverá a BLC3 – Plataforma para o Desenvolvimento da Região Interior Centro, que tem vindo a concretizar em Bruxelas um conjunto de candidaturas de projetos inovadores e diferenciadores. “Assumimos, com esta compra, a responsabilidade da recuperação daquele espaço, fazendo um pólo de desenvolvimento do concelho”, disse o presidente do Município, sem esquecer a disponibilidade da Caixa de Crédito nesta negociação. “A vitória será quando tivermos ali um conjunto de postos de trabalho para os nossos jovens, para os mais qualificados, quando se concretizar um pólo de desenvolvimento tecnológico do concelho e da região interior”, concluiu.
Visivelmente satisfeito por ver concluída uma reivindicação antiga, o presidente da Junta de Freguesia de Lagares da Beira mostrou esperança em que “este espaço possa vir a ser um pólo de desenvolvimento de Lagares da Beira e da região. Espero sinceramente que esta data seja histórica para Lagares da Beira e para o concelho” e que os projetos da BLC3 possam “revitalizar a Acibeira” criando “emprego para os nossos jovens”.
Enquanto presidente da Caixa Agrícola da Beira Centro, Francisco Batista mostrou-se “satisfeito por darmos este passo em frente”, com um “negócio interessante” e a resolução dum problema cujas negociações, como referiu, vinham do tempo do executivo anterior, mas que foram agora finalizadas, fruto do empenho do presidente da Câmara. Palavras partilhadas por Licínio Prata, presidente da Caixa Agrícola Central, que destacou que “o que interessa é que este problema tenha sido resolvido com uma ideia do senhor presidente da Câmara de dotar o concelho de mais postos de trabalho”.
Coube a João Nunes, presidente do Conselho de Administração da BLC3, dar conta do projeto de recuperação da ACIBEIRA, que será “faseado e de acordo com projetos de base que surjam” e que dará uma nova vida ao que considerou como “o maior falhanço de investimento comunitário” no concelho, na medida em que se investiu “sem ter um projeto base de desenvolvimento das infraestruturas”. Na sua opinião, a região tem “capacidade para acolher uma infraestrutura se esta estiver disponível à comunidade e ao interesse da região, e focalizada em aspetos de valorização do território e fixação de massa crítica” sem esquecer a ligação ao ensino superior através da ESTGOH.
A BLC3 e a Câmara Municipal preparam-se para iniciar um processo de recuperação deste espaço em Lagares da Beira assente na preocupação de desenvolver “projetos para cada parte da ACIBEIRA”, conseguindo uma rede de contactos internacionais e ligando as empresas ao espaço “com base em tecnologia, inovação e produtos diferenciadores”.
O projeto de recuperação dos cinco núcleos desta infraestrutura será faseado. Dois deles albergarão um espaço de incubação e o desenvolvimento das atividades da BLC3. Nos dois pavilhões de grande dimensão será instalado um centro tecnológico “em áreas de extrema importância para a região” relacionadas com a valorização do território e biorefinaria, a diminuição dos incêndios e o tratamento de efluentes; sendo que no segundo pavilhão será dinamizado um projeto “ligado ao desenvolvimento do setor agroalimentar e sistemas de produção diferenciadores”. Para último ficará o auditório, o maior da região em termos de capacidade.