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Oliveira do Hospital é um dos mais belos concelhos do distrito de Coimbra e da Serra da Estrela.

Jovem oliveirense lança – À Rasca: Retrato de uma Geração

Aos 22 anos de idade, a jovem oliveirense Ana Filipa Pinto não fica alheia ao mundo que a rodeia e, com recurso à escrita, acaba de retratar aquilo que são as aflições da sua própria geração no livro “Á Rasca: Retrato de uma Geração”, apresentado no passado 17 de setembro, no Auditório da Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital, numa cerimónia promovida pelo município.

“…Cresceram convencidos de que a crise “estava quase” a acabar. Estudaram, socializaram entre umas minis, uns quantos festivais e uns tantos cigarritos. Ainda tinham tempo. Tomaram decisões, desenharam planos, ainda que a lápis. E os pais lá iam dizendo, em tom de final feliz: “Isto vai passar!” Estavam todos tão “concentradíssimos” nesta doce ilusão que parecem ter deixado o tempo passar demasiado depressa. Quase se suspeitou que também ele tivesse sido alvo de cortes…” escreve a jovem no livro que, em Portugal, dá voz a pessoas da chamada Geração À Rasca, a mesma que promoveu a manifestação a 12 de março e que reuniu 500 mil portugueses em protesto nas ruas.
Licenciada, desde 2010, em Ciências da Comunicação, vertente jornalismo, pela Universidade Nova de Lisboa, Ana Filipa Pinto conduz o leitor – através de um livro que “mostra a indignação e revolta desta geração, que já ultrapassa as fronteiras de Portugal” – à intimidade de dezenas de membros forçados desta geração.
A presidir à apresentação do primeiro livro de Ana Filipa Pinto esteve António Granado, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, que se rendeu a “um trabalho escrito de forma simples e interessante sobre uma geração que se preparou melhor do que nenhuma outra. Não estamos a falar de números pequenos; são 3 milhões, 826 mil pessoas que vivem, atualmente, numa situação de precariedade”, lembrou o também jornalista da RTP, acrescentando que esta geração “não se conforma com o contexto que herdou e tenta, a todo o custo, ultrapassar essa situação”.
O livro, que reúne 60 entrevistas, entre as quais 49 testemunhos de jovens da “Geração à Rasca” é, para a vereadora da Cultura, Graça Silva, “um bom livro para guardar na estante e, daqui a umas décadas, voltar a ler para saber o que mudou entre a geração de hoje e a geração futura”.
Composto por 176 páginas, o livro “À Rasca – Retrato de uma Geração” resulta de um trabalho de investigação e, segundo a autora, “surge do momento ditado pela história, quando um conjunto de jovens saiu à rua para dizer que estava «à rasca»”.
Também presente na apresentação, que foi ganhando contornos de debate e reflexão, Ana Pereirinha, representante da Editora Planeta, não deixou de se congratular pelo tamanho da moldura humana que naquela noite envolveu a Biblioteca Municipal, e afirmou que a estreia literária de Ana Filipa Pinto “desvenda uma realidade comum a tantos, feita de sonhos adiados e oportunidades eliminadas, criados pela incapacidade de agir e pelo desconhecimento total do que vai acontecer”.
Nascida em 1989, Ana Filipa Pinto rejeita “limites etários” para esta “geração à rasca” – embora no resumo da contracapa se fale da “geração, entre os 18 e os 39 anos, mais bem preparada e educada de Portugal” –, preferindo sublinhar que ela é “muito difícil de definir”, sobretudo, “por envolver seres humanos”.
A jovem jornalista, que estagiou recentemente na Antena 1, não esquece, no entanto, que também ela faz parte da geração que retrata, em tom de reportagem, no seu livro. “Foi, de certo modo, uma viagem ao meu mundo e um contacto em primeira mão com o mundo dos outros. Ainda não passou tempo suficiente para perceber qual vai ser o final, se é que vai haver um final” para este momento, reconhece, em conclusão, Ana Filipa Pinto, acreditando que “continua a haver muita história por contar” desta “geração à rasca”.
Vista como um exemplo de “empreendedorismo jovem”, Ana Filipa Pinto diz que, desta sua estreia literária, ficou a satisfação e o “prazer de escrever”. Quanto a futuras publicações, a jovem oliveirense revela vontade em voltar à escrita, sobretudo com o objetivo de “dar voz aos temas que suscitem debate e reflexão”.

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