Assinalou-se, dia 14 de junho, o primeiro centenário da classificação da Igreja Moçárabe S. Pedro de Lourosa como Monumento Nacional (decreto de 14 de junho de 1916). Foi com o colóquio “Hei por bem… Comemorar a Igreja de São Pedro de Lourosa” realizado durante a tarde que se comemoraram os 100 anos deste importante marco daquela que é considerada a “joia da coroa” pelas diversas entidades no que respeita ao património monumental concelhio.
A iniciativa organizada pela Direção Regional de Cultura do Centro e pela Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, teve o apoio da Junta de Freguesia de Lourosa e da Fábrica da Igreja Moçárabe de Lourosa.
Na sessão de abertura, Celeste Amaro, diretora Regional da Cultura do Centro sublinhou a importância deste monumento nacional, cuja classificação através de decreto assinado pelo presidente da República de então, foi feita em boa hora. “Ainda bem que fez a classificação porque nos permite estar hoje aqui.
A classificação tem por objeto preservar sempre o bem e aqui está ele, de pé” afirmou, lembrando que se seguiu uma época de ebulição com conflitos mundiais que poderiam ter determinado outro destino ao edifício. Para Celeste Amaro o importante é que “em cem anos a igreja cá está e continuará”, e sublinhou o trabalho conjunto com a Câmara Municipal na realização deste colóquio bem como na promoção desta Igreja, cuja envolvente será agora requalificada.
Sublinhando a importância que este monumento nacional tem para o concelho, José Carlos Alexandrino não escondeu que “Lourosa é algo muito especial, já comemorámos os 1100 anos e agora os cem anos como monumento nacional” e que é “importante fazer a defesa deste património e depois fazermos com que seja conhecido e visitado”.
Nesse âmbito defende a promoção do concelho e seu património, nomeadamente através da integração em rotas, ao encontro da “estratégia turística bem definida seguida pelo meu executivo” na “senda da valorização do vasto património de Oliveira do Hospital”.
Dando conta que “temos vindo a assistir ao aumento do número de turistas que visita este espaço singular” mas também outro património classificado do concelho, o presidente da Câmara Municipal anunciou o conjunto de obras de requalificação da envolvente da Igreja Moçárabe de Lourosa, cujo projeto foi também apresentado publicamente nessa tarde. Trata-se de um investimento na ordem dos 400 mil euros, “obras sinalizadas e financiadas” no quadro 2020, cujo projeto foi discutido com as várias entidades e que tem como objetivo “ressaltar este monumento”. “Temos de ter orgulho por este templo estar no nosso território, no nosso concelho, e na alçada da Direção Regional”, acrescentou.
Também o presidente da Junta de Freguesia de Lourosa, Américo Figueiredo, se congratulou com estas comemorações bem como o pároco local, Higino Tchikala, para quem “celebramos hoje uma memória histórica”, um dia importante nesta “nossa casa comum” que continua ao serviço do culto religioso, ininterruptamente há 1104 anos.
Graça Silva, vereadora da Cultura, sublinhou “hoje, é de facto, um dia importante para o país, para o distrito, para o concelho e para a freguesia. Estamos a comemorar uma data importante deste espaço magnífico, de caraterísticas moçárabes”.
Nesta tarde “de homenagem ao monumento” que data do ano 912, seguiram-se intervenções de especialistas em património e estudiosos desta Igreja – Isabel Policarpo, técnica superior da DRCC; Fernando Patrício Curado, engenheiro técnico e investigador; Paulo Almeida Fernandes, investigador do Centro de Estudos em Arqueologia, Artes e Ciências do Património da Universidade de Coimbra.
Do programa das comemorações constou ainda a apresentação de ferramentas comunicacionais e promocionais do património cultural existente no município de Oliveira do Hospital, seguindo-se apresentação do projeto de requalificação da envolvente da Igreja de São Pedro de Lourosa.
O colóquio finalizou com um momento musical pelo Coral Sant’Ana e Orquestra Cultus Musicae. Depois das celebrações do jubileu da Igreja de São Pedro de Lourosa, em 2012, a comemoração do centenário da classificação como Monumento Nacional vem salientar o valor patrimonial e cultural da Igreja, uma das mais antigas de Portugal e única do período Moçárabe.