quinta, 27 março 2014 17:00

Natália Correia recordada durante “Um Chá Com...”

A Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital acolheu mais uma sessão de “Um Chá Com...”, iniciativa dinamizada em conjunto com o Rotary Club de Oliveira do Hospital e a Universidade Sénior.

 

 

A sessão, que decorreu no auditório da Biblioteca no passado sábado, dia 22 de março, foi dedicada a Natália Correia um dos vultos literários de referência no nosso país.

 

 

Este foi um momento de “evocação intemporal de Natália Correia” constituindo “como que um apelo a uma tertúlia de amigos e frequentadores do bar 'O Botequim', sem tempo, mas com eterno reconhecimento a este prodígio das nossas letras”, como referiu José Manuel Vieira, responsável pela seleção dos textos que foram lidos ao longo da tarde.

 

 

Em breves palavras introdutórias, no livro que serviu de guião para o encontro daquela tarde, José Vieira recorda a poetisa como “avessa a totalitarismos de qualquer espécie” que lutou “ferozmente” contra a ditadura de Salazar, foi “assanhada combatente contra os desmandos do após 25 de abril e arauto das desgraças do liberalismo”.

 

 

Na abertura da sessão, a vereadora da Cultura, Graça Silva, congratulou-se pela presença de todos nomeadamente de “quem participa pela primeira vez, que seja a primeira de muitas”. “Quero também agradecer a todos os que abrilhantam e voluntariamente se associam este momento e que têm estado em todas estas sessões”, afirmou a vereadora frisando que nestas iniciativas “se lembram vários autores, concelhios ou de reconhecimento nacional”. “É sempre bom associar-mo-nos à cultura e estarmos a comemorar, desta forma tão bonita, como será certamente hoje, o botequim de Natália Correia”, referiu Graça Silva.

 

 

“Em nome do Rotary Club de Oliveira do Hospital é um prazer ter como parceiros a Biblioteca Municipal e a Câmara Municipal e a colaboração de ambos”, disse Paula Mendonça, presidente dos rotários que não deixou de enaltecer o trabalho de José Vieira na seleção dos textos, com “muito empenho e dedicação”.

 

 

No dia seguinte ao Dia Mundial da Poesia a tarde foi preenchida com a declamação de muitos poemas que Natália Correia deixou. A autora que exerceu a sua atividade criadora em campos tão diversos como o ensaio, o romance, o teatro ou a investigação literária, destacou-se na poesia com o seu talento de escritora vanguardista e independente de quaisquer agrupamentos poéticos ganha plena expressão, o que lhe assegurou um lugar de destaque entre os grandes vultos da literária contemporânea.

 

 

Natália de Oliveira Correia, escritora e poetisa, nasceu na ilha de S. Miguel, Açores a 13 de setembro de 1923 e faleceu em Lisboa em 16 de março de 1993. Ainda criança veio estudar para Lisboa onde, muito jovem, se lançou na carreira literária. Figura destacada da resistência ao fascismo, teve vários livros apreendidos pela censura, e foi eleita deputada à Assembleia da República em 1979.

 

 

Traduzida em várias línguas foi distinguida em 1987 com o Prémio Fleur de Laure atribuído à melhor poetisa dos países românicos. Da sua vasta obra destaca-se na poesia: Rio de Nuvens (1947), O Vinho e a Lira (1966), Mátria (1968) ou Os Sonetos Românticos (1990); na ficção: A Madona (1968), Onde Está o Menino Jesus (1987); no teatro: O Progresso de Édipo (1957), Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente (1981); e o diário: Não Percas a Rosa (1978). São da sua responsabilidade a Antologia da Poesia Erótica e Satírica (1966) e a coletânea O Surrealismo na Poesia Portuguesa (1973).

 

               

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