O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital recebeu esta segunda-feira os deputados na Assembleia da República Paulo Campos, Mário Ruivo, André Figueiredo e João Portugal, eleitos pelo Partido Socialista, numa audiência para discussão do problema das acessibilidades na região DA Serra da Estrela.

José Carlos Alexandrino, que agradeceu a “disponibilidade e o empenho manifestado sobre este problema que precisamos de resolver na região” sublinhou que “todos juntos podemos fazer pressão para que estas obras, que são fundamentais e estruturantes para o concelho e região, se realizem”. Numa altura em que o Governo anunciou o investimento de cinco mil milhões de euros em obras públicas, autarca e deputados entendem ser o momento de colocar de novo na ordem do dia a reivindicação a conclusão da concessão Serra da Estrela, que compreende o terceiro troço do IC6 e construção dos IC7 e IC37.

“É uma questão de justiça e desafio que todos os deputados se associem” a esta luta, afirmou o presidente do Município oliveirense, que não esqueceu o empenho já manifestado por Serpa Oliva, deputado do CDS. “Que sejamos capazes de nos unir, independentemente das nossas diferenças político-partidárias, para que possamos concretizar uma obra que é de todos”, afirmou o autarca, que ainda que continua a aguardar, com os seus pares de Seia e Gouveia, o agendamento de uma reunião com o Secretário de Estado das Obras Públicas. Por marcar continua, igualmente, uma reunião com o presidente das Estradas de Portugal, para abordar os problemas relacionados com a Estrada Nacional 17, que tem sofrido um aumento do tráfego e uma danificação crescente do piso.

No início de um périplo por outros municípios da região, a delegação de deputados socialistas veio “dar conta do que foi feito em sede de trabalhos parlamentares”, disse Paulo Campos, reforçando que se está perante “um ponto de viragem. Sempre houve a preocupação de exigir a construção dos IC, mas entendemos que, face às circunstâncias que se viviam no país, não estavam reunidas as condições para iniciar um conjunto de démarches com vista à execução deste investimento”, afirmou o deputado. Um cenário que, acrescentou Paulo Campos, se modificou, uma vez que “se há disponibilidade financeira do Governo, nomeadamente com uma dotação orçamental, seja através de fundos comunitários, seja por via de outros fundos, de cerca de cinco mil milhões de euros, parece-nos absolutamente inaceitável que os itinerários da Serra da Estrela, em conjunto ou por fases, não tenham uma parte desta dotação”.

Os deputados entendem que estão reunidas as condições para ser colocada na “discussão pública” a construção destes investimentos e manifestam a sua disponibilidade para “contribuir para que esta dinâmica possa vir a crescer” nos próximos tempos e levar à construção destas acessibilidades”. O deputado acrescentou que, entre 2006 e 2010 “o Estado fez um forte investimento com a execução de todos os estudos e licenciamentos necessários, que não existiam, o que significa que há condições técnicas para se poder avançar com a obra”.

O objetivo dos deputados é que “o movimento se possa alargar a todos”, havendo já propostas para várias ações, entre as quais a realização de umas “jornadas sobre a importância destas acessibilidades para a região”, abertas a todas as entidades que se queiram associar – autarcas, deputados, empresários e movimentos que têm vindo a trabalhar na exigência da construção dos itinerários.

Ainda sobre a EN17, Paulo Campos assegurou que irá reforçar, na Assembleia da República, “as questões que têm sido colocadas pela Câmara Municipal de Oliveira do Hospital”, frisando que a região está a ser “duplamente penalizada, porque nem há investimento novo, nem manutenção do atual”.