terça, 31 janeiro 2012 11:36

Município homenageia Manuel Dinis e publica o seu novo livro, “Sextilhas”

Na sequência do conjunto de ações culturais que têm vindo a ser desenvolvidas pelo município com vista ao agraciamento, divulgação e celebração de autores concelhios, foi organizada, a 29 de janeiro, uma homenagem ao escritor vilafranquense Manuel Dinis. A sessão, dinamizada em parceria com o Rotary Club de Oliveira do Hospital, teve a particularidade de coincidir com o lançamento do segundo livro do poeta – “Sextilhas” – contando ainda com a colaboração de alunos da Universidade Sénior e da secção de cavaquinhos do Clube de Caça e Pesa de Oliveira do Hospital.

Dirigindo-se a Manuel Dinis, já nas suas 92 primaveras, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital declarou-se satisfeito por fazer parte de uma homenagem a “um homem que conhece há muitos anos, um autodidata e um homem fantástico no seu percurso de vida”. José Carlos Alexandrino considerou também que, ao longo da sua vida, “Manuel Dinis transmitiu valiosos princípios de solidariedade e tolerância” e informou ainda os presentes que “Manuel Dinis é também um mestre na música”.

Nascido a 2 de maio de 1919, no Brasil, Manuel Dinis radicou-se em Portugal, onde casou, no início dos anos anos 50 do século XX. Foi serralheiro de profissão e entrou para a Tuna Vilafranquense, onde aprendeu a tocar bandoleta. A tuna extinguiu-se; porém, Manuel Dinis continuou a sua formação musical como autodidata, intérprete e autor. No final dos anos 30 foi regente de uma outra tuna de Vila Franca da Beira, agregada à União Desportiva Vilafranquense. O seu primeiro livro foi lançado em 2005 e hoje, aos 92 anos, continua a dedicar-se à música e à poesia.

Convencido de que aquele seria um momento “muito especial” para o autor, João Dinis, presidente da Junta de Freguesia de Vila Franca da Beira e filho de Manuel Dinis revelou, num tom brincalhão, que quando o pai “está em fase criativa tanto escreve ao meio dia como às seis da manhã”. E garantiu que o pai não é um homem de temperamento fácil, mas com uma facilidade e destreza enormes para escrever e compor música – “se este homem tivesse tido acesso a estudos e meios de formação, teria sido, seguramente, um artista de renome na música e na literatura.

José Carlos Alexandrino aproveitou ainda a ocasião para deixar um estímulo ao Rotary Club de Oliveira do Hospital, que se associou à homenagem, e manifestar a disponibilidade da Câmara Municipal para continuar a apoiar e divulgar os autores concelhios. “De momento, estamos a apoiar uma obra sobre o património de Avô, da autoria de Rodrigues Gonçalves. Para o município, a cultura ocupa um lugar importante”, adiantou.