O dia de S. Valentim, também conhecido como o Dia dos Namorados ou o Dia do Amor, foi assinalado na Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital, decorada a rigor para o efeito, com um debate e um espaço de reflexão e partilha subordinado ao tema “Todos os poemas são de Amor”, que proporcionou aos alunos da Universidade Sénior de Oliveira do Hospital, e à comunidade em geral, uma “aula” de literatura diferente pela sua originalidade.

Dinamizado por Elsa Ligeiro, da editora Alma Azul, a sessão contou com um convite aos presentes para declamarem os poemas que mais os marcaram, tivessem ou não como temática o amor, já que, afinal, “Todos os poemas são de Amor”.

A própria Elsa Ligeiro revelou os poemas que, tendo por base o amor, mais marcaram o seu percurso: “O Amar”, de Florbela Espanca, e “Amor é Fogo que arde sem se ver”, de Luís de Camões. E a representante da editora Alma Azul explicou porquê: “para quem tem a língua portuguesa como base das suas leituras, o soneto de Luís de Camões torna-se incontornável na hora de escolher poemas para definir o amor e para construir uma linguagem que nos aproxime da verdade e da intensidade do discurso amoroso”. Já em relação a Florbela Espanca, recordou que a escritora, num dos seus poemas mais conhecidos, escreve “Eu quero amar, amar perdidamente”, terminando o seu soneto com o verso “que me saiba perder para me encontrar”. E concluiu: “mais do que no soneto ‘Ser Poeta’, é no poema ‘Amar’ que melhor se encontra a personalidade de Florbela Espanca; e faz todo o sentido que assim seja, pois é neste texto que Florbela Espanca coloca todas as dúvidas que uma alma sedenta de paixão se propõe a desmistificar e a viver no sentimento amoroso”.

A sessão, muito participada com leitura de poemas, alguns da autoria dos presentes, versou ainda sobre temas como modos de vivência do amor, sexualidade e amor, e convenções sociais atuais em relação ao amor, além de recordar grandes temas da literatura, como o clássico “Romeu e Julieta”, de Shakespeare.