terça, 17 janeiro 2012 11:07

Igreja Moçárabe de Lourosa inaugurou ano Jubilar

Sob o mote “1100 Anos de Fé e História” tiveram  início, a 15 de janeiro, as comemorações dos 1100 anos da Igreja Moçárabe de Lourosa, no concelho de Oliveira do Hospital. Antes do hastear da bandeira jubilar e da celebração da eucaristia, houve lugar a um conjunto de discursos, e nem mesmo a chuva foi pretexto para dispersar as dezenas de pessoas que se reuniram no espaço envolvente ao monumento, que atraiu todas as atenções.

“Hoje assinalam-se aqui os 1100 anos de um monumento extraordinário, até porque se contam pelos dedos de uma só mão os edifícios da mesma época em que é possível indicar de forma tão clara uma data de início de construção. É impossível não ficar admirado quando se imagina que, mais de 100 anos antes do início da nacionalidade, este templo já servia de palco à expressão de fé dos nossos antepassados que desconheciam ainda o significado da palavra Portugal”, referiu José Carlos Alexandrino.


Dirigindo uma palavra de agradecimento à Comissão de Trabalhos para as Comemorações dos 1100 anos da Igreja Moçárabe de Lourosa, o presidente do município explicou que a programação para as festividades contemplam o sagrado e o profano, ou seja, a religião e a cultura, a fé e a história – “até 2 de setembro, data em que se encerrarão as comemorações, a freguesia contará com um ciclo de conferências que permitirão refletir sobre a importância da Igreja Moçárabe no país e no mundo”, afirmou, acrescentando que as celebrações também contarão com alguns grupos que divulgam raízes e tradições populares e uma feira com as mesmas características das que se realizavam há 11 séculos atrás.

“Contudo, a celebração da Igreja Moçárabe de Lourosa, sujeita à erosão de 11 séculos de história, deve também passar pela requalificação do seu edifício e do espaço que o envolve.” José Carlos Alexandrino referia-se ao espaço envolvente ao templo, datado de 912, e que há muito tempo aguarda pela necessária requalificação e preservação. Um projeto estimado em 170 mil euros e que tarda em sair da gaveta por falta de financiamento comunitário. “Temos um projeto para a requalificação, mas esperamos pelo QREN cujo financiamento já estava combinado com o anterior Diretor Regional da Cultura”, contou José Carlos Alexandrino, lamentando ainda não ter obtido luz verde por parte do atual governo.

Governo que primou pela ausência no arranque das comemorações de 11 séculos volvidos desde a construção do templo moçárabe, único em Portugal e considerado mais antigo em território luso. Uma ausência que o presidente da Câmara não deixou de referenciar, por entender que a Igreja de São Pedro de Lourosa merecia “que alguém de nível nacional, pessoas com responsabilidade governativa, estivessem aqui presentes. Se fosse em Coimbra ou em qualquer outra cidade teríamos lá os maiores representantes da cultura e da área governativa”, observou.


Satisfeito por a efeméride coincidir com o seu mandato autárquico, o presidente da Câmara deu especial destaque ao programa de atividades que vai vigorar até 2 de setembro com vista à divulgação do que encara como “uma jóia do património”. E concluiu referindo que “2012 é o ano de descobrir Lourosa e a sua história”.

O mesmo termo, jóia, foi também usado pelo bispo da diocese de Coimbra que, momentos antes de presidir à eucaristia jubilar, destacou a importância da igreja na promoção da própria freguesia.

“Esta jóia pode levar o nome desta freguesia até muito mais alto e mais longe”, afirmou o D. Virgílio Antunes, fazendo questão de dar os parabéns à população e sublinhando também a raridade do monumento. “Não são muitos os monumentos em Portugal e no mundo que podem orgulhar-se da fundação tão recuada na história e de se manterem conservados até aos dias de hoje”, referiu.

No arranque das comemorações dos “1100 anos de história e de fé” do templo religioso, o pároco Higino Tchikala destacou a importância da “fé” na boa preservação do templo. “Celebramos o jubileu de 1100 anos com a consciência de que celebramos a fé que ao longo de 11 séculos cresceu e deu frutos”, frisou, notando estar perante “um monumento histórico e importante para a nossa vida cristã”.

Também presente na cerimónia, o presidente da Junta de Freguesia de Lourosa lamentou que o templo ainda seja desconhecido por muitos portugueses, mostrando-se convencido de que as celebrações jubilares se afigurarão como “um ponto de viragem para que o monumento passe a ter o devido reconhecimento”. Américo Figueiredo defendeu que a comunidade tem “o dever de preservar este legado”, notando tratar-se de uma “tarefa coletiva” onde é necessário o contributo de todos.

A abertura das comemorações dos 1100 anos da igreja moçárabe de Lourosa continuou com um almoço convívio e, mais tarde, com um concerto dos Carmin’ Antiqua. A programação irá decorrer até ao próximo dia 2 de setembro, com um conjunto vasto de atividades religiosas e culturais preparado por uma comissão organizadora da qual faz parte a Igreja, a autarquia e populares.

               

ptnlenfres

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